Começar um novo ano costuma trazer perguntas silenciosas, desejos guardados e promessas feitas em pensamento. Para muitas mulheres e famílias, o maior deles é o sonho de ter um filho. E se antes falar em infertilidade era sinônimo de frustração, hoje a conversa é outra: 2026 chega com mais informação, menos culpa e muito mais possibilidades reais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população em idade reprodutiva enfrenta dificuldades para engravidar. Ainda assim, os avanços da medicina reprodutiva vêm transformando esse diagnóstico em um ponto de partida — não de encerramento.

“Hoje sabemos que a infertilidade é uma condição de saúde, não uma falha pessoal”, afirma a Dra. Carla Iaconelli, especialista em Reprodução Humana. “E o mais importante: na maioria dos casos, existem caminhos possíveis para realizar o desejo de formar uma família.”
A ciência a favor do tempo e das escolhas
O adiamento da maternidade, cada vez mais comum, faz parte das transformações sociais e profissionais das mulheres. Com isso, cresce também a busca por tratamentos que respeitem o tempo, o corpo e as decisões individuais.
A boa notícia é que a medicina reprodutiva evoluiu rapidamente. Técnicas como a fertilização in vitro (FIV), o congelamento de óvulos e espermatozoides e exames genéticos mais avançados permitem tratamentos personalizados, com melhores taxas de sucesso e mais segurança.
“Hoje conseguimos planejar com mais precisão, respeitando a história de cada paciente”, explica a Dra. Carla. “Isso muda completamente a experiência e os resultados.”
Tratamentos que acolhem diferentes histórias de família
Outro avanço importante é o olhar mais inclusivo da reprodução humana. Os tratamentos atuais atendem diferentes configurações familiares e necessidades específicas, como:
• Mulheres que desejam ser mães solo, por escolha ou circunstância
• Casais homoafetivos, com protocolos adequados e suporte especializado
• Mulheres com endometriose, mesmo em casos mais complexos
• Pacientes que enfrentaram câncer, com preservação da fertilidade
• Homens com fatores de infertilidade, responsáveis por cerca de 40% dos casos
“A infertilidade não está apenas no corpo feminino. É um tema do casal ou do indivíduo, e deve ser tratado com corresponsabilidade e acolhimento”, reforça a especialista.
Mais do que engravidar, é sobre cuidar
Para 2026, a expectativa não se baseia apenas em tecnologia, mas em uma mudança de abordagem. A reprodução assistida passou a integrar ciência, escuta ativa e cuidado emocional.
“O tratamento começa muito antes do exame ou do procedimento”, diz a Dra. Carla. “Começa quando a paciente se sente respeitada, informada e segura.”
Um ano para acreditar
Se existe uma mensagem clara para quem inicia o ano com esse desejo no coração, ela é simples: há esperança fundamentada em ciência. A infertilidade não define o futuro, e cada história merece ser avaliada com atenção e sensibilidade.
“Sonhar com um filho continua sendo um dos desejos mais humanos que existem”, conclui a médica. “E hoje, mais do que nunca, temos recursos para transformar esse sonho em realidade.”


